domingo, 13 de março de 2011

Why can't we get along?

Continuo procurando as razões para que nós, seres humanos, perpetuem na sua infinita busca de diferenciação com os seus semelhantes, na tentativa de criar uma espécie onde exestiria apenas um indíviduo como exemplar. A sua própria raça.

Fiz uma experiência: peguei uma formiga que encontrei perambulando pelo meu quarto e a transferi para um local da minha cozinha onde se encontravam mais algumas formigas que trabalhavam incessantemente para o bem do seu grupo.
Eu não consegui reconhecer atitudes hostis provindas das formigas residentes para a recém transferida. Nem mesmo percebi falhas de comunicação, do tipo "Ei, nós da Cozinha não balançamos as antenas desse jeito, sua transferida. Volte para o Quarto onde é seu lugar".
Tudo que vi foi uma atordoação pós-transferência caracteriza por um suingue de antenas que durou poucos segundos, quando logo depois ela já começava a perambular pelo ambiente com suas semelhantes como perguntasse "E aí pessoal, alguém sabe onde fica o açucar? Se encontrarem alguma fruta entreaberta é só me avisarem".

Enquanto isso, por que nós humanos colocamos mais imposições na comunicação com os nossos? Seria por que nós mesmos nos consideramos seres mais "complexos" que as formigas? (Isso não lhe soa prepotente?) E se realmente os somos, seria essa complexidade algo vantajoso, mesmo nos fazendo divergir nos momentos em que mais precisamos nos unir?

domingo, 29 de agosto de 2010

Ás vezes gosto de sentir o sangue correndo grosso pelas veias.
Ás vezes bato em minha perna pra lembrar que sinto dor.
Ás vezes paro e me pergunto se você ainda sente amor.

sábado, 28 de agosto de 2010

Sozinho sem solidão

Já há algum tempo, ando sozinho.

Outro dia minha mãe colocou sua mão nas minhas costas e disse que eu já sou adulto. Caminho com minhas próprias pernas, diria meu pai.

É necessariamente terrível pensar isso. Mas é necessário, necessário é pensar que você não terá outras oportunidades pra ser levado na escola, aonde a única coisa a se preocupar seria em comprar a ficha da lanchonete antes do recreio pra não ter que pegar fila na hora.

Por isso, ando sozinho. Me levo ao cinema; me carrego em meus próprios braços até a praia, para me bronzear e ler um livro. Acompanho-me em corridas; me pago uma bebida quando preciso me hidratar (ainda que não trabalhe para conseguir o dinheiro).

Faço todas as atividades sozinho. E gosto.

Demorei para compreender o que não é solidão. Aprendi a exercer e desenvolver a minha individualidade sem dar atenção aos zumbidos dos insetos que povoam a mata a qual caminho. Vi e consegui enxergar mais de perto minha real essência, e vivi que relacionamentos são por vezes pintados com um punhado de incerteza, e na medida que eu não poderia deixar ir embora por estar olhando pra trás, eu mesmo não poderia caminhar em frente estando de costas para o futuro. Ás vezes tudo que você precisa é de um chute na cara da Vida pra voltar a ver o que é realmente importante, e quando você tenha alguns dentes quebrados vai poder contar com quem se importa com você.

Só tenha certeza que alguém se importe com você, e que não seja só uma pessoa: pois os relacionamentos são por vezes, pintados com punhados de incerteza.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Done

Cansei de só servir de alimento pro seu ego.
Enquanto você se farta do meu tempo e do meu desejo. O quanto você compensa a sua frustração gerando frustração alheia. Quando você me enoja com insinceras desculpas.

O Compromisso mata a todos nós, pouco a pouco.

sábado, 19 de junho de 2010

Diz-me com quem andas e te direi quem és.

o problema é perder tempo com as pessoas ou com essas pessoas?
auto-controle é um recurso limitado. segundo um estudo, antes de fazer uma ação que necessite de auto-controle, você necessita fazer uma ação instintiva que goste e que não seja controlada pela sua força de vontade. sinto-me deslocado. massivamente, o hábito social instintivo em que não necessita de auto-controle é o "fim de semana". pois vocês passam a semana inteira esperando o final da semana. de 7 dias, 5 são de espera para os 2 restantes de hipotética diversão social. você precisa disso! você pensa que precisa disso. grupos passam a idéia de aceitação e segurança. você faz parte de um grupo = eles gostam de você. você pensa que precisa disso? eles ligam pra você. eles deixam mensagens pra você em todas as suas invisíveis e risíveis redes sociais. que bom, você é igual a eles! você é igual a eles. você gosta das mesmas coisas que eles. você fala como eles. você se veste como eles. você pensa como eles.

Você é um Eles.

qual foi o momento em que Você perdeu o seu auto-controle?
qual foi o momento em que deixou de ser Você para se tornar Eles?


afinal, Eles gosta de ser assim?









terça-feira, 1 de junho de 2010


pessoas mais velhas parecem gostar de mim. e não estou falando de um jeito romântico, ou algo do tipo. não tem nada a ver com romance. acho que é amizade mesmo. eu acho que tenho uma alma velha. talvez seja por isso que eu consiga ver os problemas da minha idade por cima. penso que seja por isso que eu queria fazer um curta sobre os problemas dessa idade. three portions of our hearts for an endless bitter end. por quê no brasil nenhum estudante entrou numa sala de aula pra matar seus colegas? deve ter algum elemento na cultura que reprima isso. pense. pense.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O tempo dá indícios da chegada do inverno, o termômetro da rua marca 18 graus e eu preciso usar duas camisas de manga comprida; mas um sol insistente - o qual continua sendo a causa do sofrimento dos fardados em câncer, os que não foram zelados pela nova divindade moderna, o Protetor Solar - me cega de um ponto alguns anos-luz mais distante. Odeio esse tempo hipócrita.

Entro no ônibus, pago o cobrador e sento. O sol continua me perseguindo, esguiando pelas janelas de vidro do ônibus, tornando visível impressões digitais dos que tocaram as janelas, assim como a poeira bailarina que flutua guiada pelo seu par, gravidade. Poeira esta, que me é familiar do meu quarto. Avistá-la sempre é um mau sinal. Só pode significar duas coisas: que está calor pra caralho pela quantidade de sol que entra no recinto, e torna a poeira visível; e que o mesmo ainda por cima está sujo.

Maldita poeira, por quê você não some? Me entristece pensar que você ocupa meu quarto, liquidamente, mais do que eu mesmo; vivendo em cada vértice de paredes, estacionada na mesinha de cabeceira e servindo de cobertor aos meus poros. Você só me faz acordar no meio da noite asfixiado no próprio muco; espirrar no meio de séries de televisão e perder momentos cruciais da história, e ainda me sentir um imundo. Só o fato de pensar que no fim da minha jornada eu vou me transformar em você, me deprime mais ainda.

Tô começando a ficar com preguiça de existir. Acho que preciso começar a correr em parques; passear com algum animal socialmente aceito pelas ruas; algo assim banal que me faça sentir mais feliz comigo mesmo. Ultimamente segui o conselho daquelas pessoas que tem a Fórmula da Vida Longa e Estável, zeladores do templo da Rotina. Tenho tentado - sem muito sucesso - encontrar felicidade nas coisas pequenas. Não encontrei-a no sorriso de gengiva de recém-nascidos; nem na água de coco gelada do quiosque da praia nem no rebolado das mulatas da praia num fundo sem foco de uma cena de cinema. Tentei espremê-la de sucos orgânicos revitalizantes; e usurpá-la em delitos envolvendo bombons de mercado, em uma tentativa frustrada de um orgasmo cleptomaníaco. Tudo em vão.

Merda. O ônibus passou do meu ponto.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cabele(i)reiro

Cabeleireiro é o tipo da profissão que é subestimada. Ninguém nunca comparou o poder de um policial com o de um cabeleireiro por exemplo. Mas os dois possuem aspectos muitos parecidos. Por exemplo, se eles quiserem te foder, eles conseguem, meu camarada, fácil.

Tem gente que sempre fica assustada quando vê um policial de fuzil na rua, mesmo sendo cada vez mais comum você topar com uma cena dessa nas quebradas da vida, aqui no Rio. O pessoal que anda acompanhado chega até a comentar no ouvido do acompanhante ao lado: "NOSSA, olha que perigo!", mas nem liga quando tá lá cortando o cabelinho com o cabelereiro passando uma tesoura afiada pela tua cabeça, frevando nas proximidades dos seus olhos e sambando perto das tuas orelhas. Se quiser o cara te ferra fácil, e ás vezes nem precisa ele querer te ferrar pra acontecer uma merda. Vai que ele dá um espirro e corta teu lóbulo da orelha? Deve ser por isso que pagodeiro só passa máquina, pra não correr o risco de ficar sem o lóbulo e acabar não podendo usar os brinquinhos. Talvez cabeleireiro seja até mais perigoso que policial com fuzil, pelo menos o fuzil do policial tem trava de segurança.

Cara, se tivesse uma luta entre o Rambo contra o Edward Mãos de Tesoura, eu iria apostar no cabeleireiro.

Sim, mas voltando. Você chega no salão/barbearia/pet shop e explica pro cara como você quer que ele corte seu cabelo, o que não vai adiantar porra nenhuma, porque no final NUNCA fica do jeito que você quer. Eu só consigo imaginar duas causas pra isso:

1) O cara queria ser artista, por isso ele só cortará sua juba de um jeito que satisfaça somente a ELE, e não a você. Deve ser por isso que quando você chega em alguns salões o cara já tenta adivinhar o jeito que você vai querer, quando na verdade ele só está cogitando o jeito como ele acha que ficaria bom.

- Oi, então, eu vou querer que você cort...
- Então você vai querer um moicano?
- Haha, não, não, eu só quero mesmo que voc...
- Entendi, então você vai querer algo mais despojado, mais moderno...
- Não. Eu realmente só quero qu...
- Ah entendi, você quer algo mais avant garde, mais atitude...
- QUIETO! Eu só quero que você apare as pontas.
- Ah... Ok.
*No final dá merda*

2) Eles são surdos. Ou o cara tem um sério problema auditivo ou usa algum fone de ouvido invísivel mesmo. Eles te iludem com respostas genéricas pros comentários que você possa fazer durante o trabalho, sabendo ao menos o assunto que você tá falando por leitura labial que eles vêem pela imagem do espelho, ou você achava que eles colocavam aquilo pra você ver como o corte tá ficando?

Outro dia vi uma matéria de jornal sobre um senhor de 94 anos que ainda exercia a profissão de barbeiro. Claro, como se cabelereiro fosse uma profissão que precisasse de muita destreza mesmo. Com Parkison ou não, tá lá o veinho trabalhando.


Eu acho que tudo num salão é extremamente bem pensado pra eles te foderem e você nem perceber até o cara acabar de cortar. Eu tenho certeza que eles colocam aquelas revistas pra você ficar lendo de cabeça baixa, sem ver o que tá acontecendo pelo espelho, pra quando ele falar que acabou, você levantar a cabeça, se ver no espelho, e não reconhecer a sua própria cara. Aliás sou só eu que me sinto constrangido quando vou pra uma barbearia e só encontro revista erótica pra "ler"? Vai que eu fico animadinho? Pior, e se o barbeiro fica animadinho, começa a olhar a revista e faz alguma "barberagem", ÃHN, ÃHN? E se o cara traz aquelas revistas da casa dele, imagina que nojento você segurando uma dessas? Deve ser por isso que essas revistas sempre tão com as páginas meio coladas.

Pra completar os caras ainda fazem merda no trânsito.

domingo, 24 de maio de 2009

A semântica da tesoura voadora

Eu estava prostituindo-me em um plano autista durante a chata aula de Física no meu colégio, quando presencio uma cena corriqueira que me rendeu uma teoria que originou toda a porcaria que vocês lerão durante o próximos 5 minutos (15 minutos para os dislexos).

Um dos meus colegas de classe estava fazendo alguma atividade - que não tinha nada há ver com a aula de Física - aonde ele precisava de uma tesoura. Ele foi pedir para uma menina o qual ele deveria saber que possuia uma, mas se encontrava à uma certa distância dele, o que faria com que um dos dois levantasse, podendo chamar a atenção do professor. Foi aí que o garoto disse:

- Joga a tesoura.
- Ãhn?
- Joga a tesoura! Pode jogar.

Foi aí que eu inutilmente tentei buscar proteção sob a superfície do meu fichário, quando recebi uma notícia aliviadora.

- Não vou jogar a tesoura, porra.
- Aff.

A menina se levantou triunfalmente da carteira e entregou a tesoura na mão do garoto.

Uma situação dessas é algo tão absurdamente banal que alguns de vocês simplesmente ignorariam o fato. Eu fiquei refletindo sobre aquilo e desenvolvi uma teoria sobre a relação indivíduo - coletivo, baseado apenas nessa reflexão. (Não, eu não havia consumido quaisquer tipo de alucinógenos ou estimuladores criativos para pensar nisso.)

As pessoas podem ser divididas em dois grupos: Aquelas que jogariam uma tesoura sob os ares em um espaço onde haja outras pessoas; e Aquelas que não jogariam.

Não substimem o valor dessa generalização; ela significa muita coisa.

Pessoas que podem chegar a realizar esse ato são pessoas que não se importam com meio social em que elas vivem, não demonstrando nenhum tipo de cuidado ou preocupação com o fator de alguém ter sua mão perfurada por um objeto pontudo ou o fato de ficar cego. São o tipo de pessoas que soltam balões e provocam incêndios; pessoas que usam mangueiras de água pra removerem as folhas da calçada; ou pessoas que votaram no Paulo Maluf depois de todos os escândalos envolvendo esse filho da puta.

Por outro lado, as pessoas que não chegam a realizar esse ato, são pessoas que, mesmo que não sejam solidárias a ponto de fazer uma ligação pro telefone do Criança Esperança e ajudar aquelas crianças carentes e de quebra encher o cofrinho das Organizações Globo; pelo menos não chegam a causar nenhuma influência na vida delas; seja benéfica ou maléfica.

Logo depois que o colega de classe fez seu recorte com a tesoura; ao devolvê-la ele jogou a mesma pelos ares, em direção à sua proprietária; felizmente, não causando nenhuma vítima.

domingo, 19 de abril de 2009

Casais e o cenário

O amor está no ar - ou "Love is in the air", como já dizia George W. Bush - e você mal podia esperar e foi acertado em cheio pelas flechas daquele anjinho pelado e maroto, o Cupido, que adora apaixonar os outros e arruinar suas vidas.

Tem uma coisa sobre casais, e a forma que pessoas que possuem um "relacionamento: namorando" no orkut se comportam. 

Sempre que alguém próximo de mim começava a namorar e sumia do radar, eu tinha um amigo - que também namorava, fazia sei lá quantos anos - que sempre justificava o desaparecimento como algo natural, pois agora "Fulano estava namorando". Na época eu nunca havia namorado, então eu me perguntava se namorar era algo próximo de estar em estado de coma.

Tem alguns casais que são tão melosos um com o outro, que eu tenho medo de ficar com diabetes só pelo fato de estar próximo à eles.

Sério. Eu vou até contar uma história aqui que aconteceu com um amigo meu, eu acho que não tem problema de escrever porque ele não vai ler isso aqui, provavelmente por estar ocupado namorando.

Eu estava andando pela rua quando parei em frente à uma loja de chocolate, o meu amigo - que fazia meses que eu não via por estar em estado de coma, ou em namoro - estava dentro e saiu para me cumprimentar. Começamos a botar o papo em dia quando ele recebe uma ligação. Era a namorada dele. Quando ele encerra a ligação ele fala um"te amo" e dá um tchau pra vitrine da loja:

- Cara, ela tá aí? - perguntei
- Tá sim, quer esperar aí um pouco pra conhecer ela?
- Valeu cara, tô atrasadão - me afugentei da diabetes

Enquanto tem alguns casais que não aguentam ficar 3 min separados, existem aqueles que parecem que continuam juntos mais pela inércia do que pelo amor. E quando eles brigam em público então é uma merda. Por quê esses casais acham que a gente acha divertido assistir a briga deles? O pior é quando eles ainda te incluem dentro da "conversa", algo tipo:

- Aí, a Fernanda vive colocando a calcinha suja dela dentro do box...
- Eu não coloco nad...
- Falaí, a Letícia é assim contigo também Daniel?

E tem vezes que eles não precisam nem brigar na sua frente pra você achar que algo aconteceu, e só ver os olhos vermelhos da garota ou o humor estourado do cara. Se você é amigo de um dos dois, dá-lhe ombro amigo confortador.

Uma coisa que me deixa consideravelmente puto também, é o fato dos segredos. Se você conta algo pra um dos elementos do casal, não importa qual seja o grau de intimidade seu com o elemento restante, ele vai saber também, sempre. Isso acontece com meu irmão e a namorada dele, com um amigo que eu nem conheço a namorada, e até com casal que eu conheço os dois, aí é até pior, porque parece que ao conversar com um pelo telefone, tá lá o outro pegando a outra linha pra ficar ouvindo a conversa e tampando a respiração.

E depois ainda vem com um sorriso amarelo no rosto com a frase "contamos tudo um para o outro" já na ponta da língua. Faz uma camisa com isso escrito logo caralho, pra eu não esquecer mais.

Quando eu namorava e saia com meus amigos e com ela, eu ficava meio desconfortável. Numa situação dessa, não tem como você dar a mesma atenção aos dois. E não vai cair nessa que seus amigos não vão ligar, o fato de você estar saindo com eles é uma coisa, agora a ação de estar curtindo é outra. É importante também saber separar as coisas e arrumar tempo para ambas, a paixão é grande, mas não pode relevar a amizade.

Mas tem uma coisa sobre casais que só entende que está em um. Do lado de fora pode parecer meloso, chato, mas só participando você sabe o quão bom é.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Mama, I don't wanna be Eighteen

Eu faço aniversário amanhã, o que por minha linha de pensamento não costuma ser algo bom.

Vejam só, eu odeio aniversários, o meu ao menos, não gosto, realmente não gosto, costumam ser dias angustiantes, confusos, onde colocam holofotes em você só por estar completando mais um ano de vida. Ás vezes pode ser divertido, mas outras vezes é apenas um dia ruim, com data marcada.

Você fica envergonhado pelo fato de te cumprimentarem com todo aquele carinho meloso, mas fica triste caso as pessoas esqueçam. Sorte que sempre tem aqueles amigos que fazem questão de andar com você caso, quando pararem para conversar com alguém, lembrar aos outros que é seu aniversário.

Comemoração de aniversário é foda. Fazer festa talvez seja a pior das possibilidades, caso você seja pobre. Pense, o aniversário é seu, então seguindo a lógica, VOCÊ é quem deveria divertir-se. Mas não, você tem o trabalho de ser anfitrião, na sua casa, lotada de pessoas - muitas das quais você nem conhece, mas convida só por não querer magoar ninguém.

Ou então você faz festa no play, o que é legal, se você tiver até 12 anos. Eu lembro que o problema dos aniversários nessa idade era lidar com os vizinhos que desciam e penetravam na festa só pra beber coca e comer bolo. Ninguém podia expulsar os penetras, porque por serem moradores tinham tanto direito de ficar no play como o aniversariante, caso de polícia isso aí.

Também tem a possibilidade de jantar fora. Essa pode ser uma boa opção, caso você jante só com a família, ou então com os seus únicos 4 amigos, que nem são lá tão amigos seus assim. Caso você tenha mais amigos que isso, fodeu. Primeiro pelo fato que vai ser chato, ninguém vai poder se comunicar sem gritar ou gesticular mais que um ator de teatro, porque juntam várias mesas para formar uma que fica maior que a da conferência da ONU. Aí tem que selecionar o local, tem uns locais, tipo churrascaria, em que o aniversariante não paga e ainda ganha tortinha, o que faz com esse aniversariante chame diversos amiguinhos e estes dêem um puta lucro para o restaurante. Outra solução, bem demodè por sinal, é restaurante a quilo, onde cada um paga o seu e estamos acertados.

Chegando no item do conhecido inferno astral, que para alguns é só mais uma desculpa pra todo mundo ficar azedo, tipo mulher na TPM

Mas cara, vou te falar uma coisa, não é não. Algumas coisas sinistras acontencem comigo dias antes do meu aniversário, ano passado foi triste, e esse ano parece que todo o meu passado que aconteceu nesse último ano que passou veio e UAAAAARH, tentou pegar um pedaço da minha perna.

Mas depois disso chega a hora que esperamos que coisas boas aconteçam. Eu farei 18, idade onde te coloca um fardo na cabeça e que possivelmente nunca mais saia, só saia talvez quando você chegue aos 79 e comece a precisar usar fralda novamente. E definitivamente também é a idade onde acaba a parada que você ganhe ainda presente no Dia das Crianças - não que eu tenha ganho esses anos. Mas também é a idade onde você amadurece e pode beber, ser preso e ser expulso de casa por seus pais.

Não me aguento por esperar até amanhã; para saber como será o gosto de uma cerveja.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Tenso FINAL

A SAGA COMPLETA:
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O táxi deixou-nos em frente ao bar Empório, conhecido aqui no Rio como um dos bares de rock onde indies, punks, new ravers e outras pessoas que deram errado na vida reúnem-se no final de semana para o culto de rituais satânicos. Marchamos em direção à orla, onde costumamos encontrar pessoas nos quiosques próximos. Andamos até o primeiro quiosque, onde não encontramos ninguém, fora um casal na areia pela linha do horizonte praticando um ato de algum teor sexual. Fomos até o seguinte, e aí foi onde começou a trama.

Haviam dois caras que assim que chegamos, eles se levantaram de uma mesa e fomos em nossa direção. Nessa hora eu pensei "Fodeu vou ser assaltado"; isso porque nós ainda estávamos em maior número, imagine como nós somos bons lutadores para eu ter pensado nisso.

Mas aí o que aconteceu foi que os dois caras foram é cumprimentar os meus amigos, e cumprimentaram ainda em inglês. Por um momento eu pensei que fosse aqueles poserzinhos que ficam falando em inglês depois de completar o curso no Yazig; mas o que aconteceu é que os caras eram realmente gringos. Eu vou escrever os diálogos meio traduzidos para melhor compreensão da população geral.

- Hey man, como vai tu? - disse um dos meus amigos.

- Fucking bom, man, sentem-se aqui com a gente, bebam algumas cervejas! Vocês têm que ir para algum lugar agora?

Nessa hora rolou aquela troca de olhares entre eu e meus amigos. Sempre quando não podemos falar algo na frente de pessoas alheias ao nosso círculo social, a gente troca esses olhares e todo mundo se entende, parece até que ocorre um diálogo telepático, parece tanto que eu vou até traduzir aqui pra vocês o que os nossos olhares significaram.

- E aí, o que vocês acham? - Os olhos de um dos meus amigos disse.

- Por mim tanto faz, a gente não tem nada pra fazer mesmo, é até bom que eu treino meu inglês que aprendi por video game e letras de músicas do Nirvana - meus olhos transcreveram.

- É, vamos sentar aí sim - Os olhos de um terceiro amigo concluiu.

Sentamos na mesa, e tinha uma 15 latinhas de cerveja vazias já.

- Essas latinhas já estavam aí quando you chegaram? - Perguntei.

- Não man, a gente que pediu essas, eu fucking love cerveja, dude.

E aí entraram no papo de cerveja, e os caras falando que amam cerveja, que só ficam bêbados depois de 25, 30 cervejas; que aqui no Brasil é muito barato cerveja; que antes de irem pra escola eles tomam umas 5 cervejas antes de saírem e tudo mais. Quando eles falaram em escola, eu me perguntei "What the fuck?", porquê o cara era gigante, ele já tinha aquela barriga fermentada que aqueles tiozão de churrasco têm, manja.

Ele disse que tinha 15 anos. Eu não acreditei, o que fez ele levantar a blusa pra mostrar aquela poça, causando caras de horror em todos nós. O cara com 15 anos já bebia mais cerveja do que eu vou beber caso eu chegue aos 49 e trabalhe em Finanças e seja encarregado pela festa de churrasco de fim de ano da firma. Não era à toa que o cara era norueguês, ele bebia igual a um viking mesmo.

Mas aí tava tranquilo, acostumados com a idéia de que quem eu sentava do lado era mais novo do que eu - enquanto isso ele continuava bebendo mais, "Ô amigo, traz duas Brahma" parecia ser a  única frase completa em português que ele sabia de cor - passamos a conversar sobre alguns dos shows que teriam aqui. Aí eles citaram Iron Maiden, Radiohead (em breve eu vou fazer uma resenha do dia do show aqui para vocês) e tal. Eu como não perco a oportunidade para fazer uma travessura falei que iria no Backstreet Boys.

PRA QUÊ, o gigante de 15 anos olhou pra mim com uma cara como se eu tivesse xingado a mãe dele em inglês - porque em português naquele ponto da conversa eu com certeza já devia ter feito - e virou pra mim e disse:

- Did you say what?

- Hahaha, Eu said que eu go to the Backstr... - fui interrompido pelo grito dele

- What the... Are you fucking brincando comigo? - ele disse isso bufando e vermelho, quase em cima de mim.

 - Eu disse ironicamente

- Ah sim - derrepente ele voltou à aparência humana novamente - então tá cool, quer uma cerveja?

Depois de quase ser desfigurado por um viking, eu e meus amigos decidimos - novamente por troca de olhares - que era a hora de nós partirmos. Combinamos de ir encontrar um pessoal na saída de uma boate no Leblon. Os vikings falaram que queriam ir juntos, a gente esperou eles darem uma monumental mijada de 5 minutos e fomos andando pela orla.

Quando chegamos ao local da boate, encontrei alguns amigos, incluindo um amigo e uma amiga que namoram, e fomos conversar com eles. Esse meu amigo já estava em certo nível de alcoolização, e ele foi conversar com os gringos sobre Londres.

Eu só lembro de estar conversando com a minha amiga quando derrepente eu ouço o viking debutante gritando em alto e bom inglês com o namorado dela:

- Do you know o porquê de eu ter saído de London? Foi porquê eu fucked todas as mulheres lá, e agora eu vou fuck a sua too!

Ele disse isso e foi mijar em uma árvore próxima, como se nada tivesse acontecido. Minha amiga só de sacanagem ficou gritando "SMALL PENNIS" em ritmo de funk, o que fez com que o cara achasse que todo mundo estivesse olhando o pau dele, fazendo-o com que ele se desconcentrasse e mijasse em si mesmo.

Notando que o casal precisava de um momento, decidi que era hora de partir com meus amigos.

Sorri ao cumprimentar o casal, o qual gosto muito. Chorei ao cumprimentar ao viking com um handshake e só depois de alguns minutos lembrar que ele havia mijado na própria mão. Voltei finalmente para casa.

domingo, 15 de março de 2009

Tenso 3/3 1/2

Fala público requintado deste blog! Chegamos à parte final da nossa trilogia. Protelei por muito tempo a escritura desse artigo, talvez por preguiça, talvez por falta de tempo, talvez por ambos, mas neste período de tempo eu senti um vazio por dentro e decidi que era hora de finalmente escrever o quê durante esse tempo foi meu Moby Dick. Eu tive que dividir esse post novamente, em duas partes. Eu avisei no último post do Tenso que o dia tinha sido elouquente.

SÁBADO
Sábado eu estava devastado, cheguei de Teresópolis às 5:30 da tarde, e havia tido uma noite muito mal dormida, e não tinha conseguido tirar nenhum cochilo durante toda a uma hora e meia de viagem do Recanto Girassol para Ipanema. Mas ainda assim perserverava dentro de mim o espírito boêmio de sair com minha galerinha para destruir patrimônio público e usar drogas por aí.

Depois de uma hora de conversa jogada fora pelo MSN, cogitamos ir ao show da banda R. SIGMA no Jockey Club, mas falhamos por já ter passado o tempo do início do evento. Optamos então pela miserável opção de Baixo Gávea(Ah, BG, como eu odeio esse lugar, outro dia eu, talvez, explique o porquê)

Pois então, às 9:30 da noite me encontrava na praça que fede a mijo do Baixo Gávea com meu amigo Johnny, quando recebemos uma ligação dizendo para nos dirigirmos direto ao ponto de ônibus da praça e nos encontrarmos com o restante de um pessoal.

Chegando ao ponto, fui informado que nos dirigiamos para a casa de uma menina que ficava na Barra da Tijuca. Cara, só quem mora no Rio de Janeiro vai saber o que é sair da Zona Sul para ir para a Barra, ainda mais à noite. Mas eu fui, o máximo que podia acontecer era, ao passar pela Rocinha, nós sermos assaltados e socados, e as meninas, estupradas, então de uma forma ou de outra, ser homem nessa situação até que valia o esforço, só para presenciar este momento.

Mais aí (in)felizmente chegamos em segurança à casa da menina, casa beeeem legal, tinha um jardim grande onde ficava a piscina, que dava aquele clima bem American Pie pro negócio. Logo que entramos a boa anfitriã da casa notificou apenas duas regras: Não fazer sexo dentro da casa e não vomitar no jardim. Fiquei bolado e perguntei se pelo menos poderia fazer sexo no jardim e vomitar dentro da casa, e ela autorizou, então tranquilo.

Passou um tempo e como o uso de álcool prevê, começou aquele mergulhos de pessoas com roupa na piscina. Eu ainda era novo no ambiente, então me senti meio tímido em tirar a camisa e mergulhar na água, se bah, derrepente o pessoal começava a lavar roupa no meu tanquinho. (RÁRÁRÁRÁ não)

Mas após conhecermos uma galera muito gente boa dessa Zona Oeste do meu Rio, às 2 da manhã voltei com meus amigos playboys da Sona Zul, e pegamos o primeiro táxi que parou para nós, jovens com vestimentas duvidosas e aparência estarrecida.

E aí que entramos no táxi na mesma maneira oscilante que a gente estava na festa, cês tão ligados, falando uma quantidade de 11 palavrões em cada 10 palavras, simulando o som de animais e balançado o carro como se fosse um carrinho de montanha russa, uma coisa bem daqueles teenagers que você encontra andando de madrugada na rua e começam à mexer contigo, tá ligado, mas a diferença aí que a gente não tava mexendo com ninguém, apenas causando o caos, pacificamente. Até aí tava tudo tranquilo, o taxista - um cara caucasiano que aparentava já estar na sua meia idade e apresentava um cabelo de tom grisalho - tava levando muito na boa, tava até rindo de algumas coisas e tudo mais. Mas aí um dos meus amigos que estavam no carro recebeu a ligação de uma menininha que ele pegava, e depois de dar um esculacho nela benemérito de posteriormente entrar em alguma letra de funk, a gente explodiu.

Uma coisas que poucas mulheres sabem é que homem também gosta de falar mal do sexo oposto, igualmente de forma generalizada, como elas gostam de fazer. Claro que na maior parte do tempo, a gente costuma só elogiar, mas vocês acham que a galera é moleque piranha assim desde de nascença? Porra nenhuma; nós também temos, cada um, um corazón espiñado dentro da caixa toráxica, e machuca, tá.

E aí a gente foi, xingando toda essa vertente da raça humana que nasceram das nossas costelas, até quando eu fui perceber, cara, o taxista também tava no meio da conversa.

- Você tem que meter o cacetão mesmo, é meter o cacetão gostoso e depois sair fora - disse, gesticulando como um palestrante.

- É isso aí - esbravejamos em tom unísono.

Antes de proceder no texto, vejam bem, levem em consideração como a vida de um taxista deve ser - não querendo ofender ninguém que esteja lendo - mas deve ser foda. O cara vive a maior parte a sua vida trabalhando, e é um trabalho solitário, até mesmo quando você está com alguém no carro, dependendo do perfil do passageiro, não rola puxar conversa. E o cara ainda estava trabalhando depois das 2 da manhã, cara, imagina o saco. Quando surge uma porrada de galera da nova geração com hormônios aflorados - como nós somos - é uma chance do cara pelo menos ter uma boa conversa.

- Minha mulher mesmo tem chifre até nos pés.

- Sério? - perguntamos

- Sim, trabalhando mesmo eu pego uma porrada de buceta. Algumas vezes é uma menina que vai encontrar o namorado e que paga um boquetinho pra descolar um desconto. Outras, são mulheres que são solitárias e quando vêem um homem trabalhador e bonitão como eu, não dá outra. Eu só não subo em apartamento.

- Tá certo, vai que é uma maníaca que quer trepar com um taxista e depois arranca os teus testículos e coloca em um pote numa estante com outros vários potes com outros testículos, tipo uma coleção. Nunca se sabe né.

- Pois é, apartamento eu não subo não, tinha uma até que me chamou pra subir, eu falei "Se quiser a gente faz aqui na garagem", mas subir, nem pensar.

E assim nós procedemos nessa filosofia até a chegada em nosso destino. Eu percebi que não é a toa que a Globo tem aquele seriado que tem o cara do táxi lá. Taxistas são pessoas que entendem da vida, talvez pelo fato de passarem por tantas diferentes delas diariamente, conversar com diferentes pessoas e viver de forma simples.

O cara deu até um desconto pra nós, e eu não lembro de nenhum dos meus amigos ou eu ter pago um boquetinho.
Gente boa.

Finalizo essa budega amanhã, promessa de escoteiro.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Não sou mais ateu

Para não deixar o blog desatualizado, vou colocar esse texto, é do meu ex-professor de Geografia, o qual foi um dos melhores professores que eu já tive, e deu a melhor aula que já tive a oportunidade de ver. Mas ele era meio cuzão, tirava maior onda de LATIN LOVER, tá ligado. Como ele sumiu do radar de todo mundo, e nunca me aceitou no orkut - esse filho da puta - eu estou colocando o texto dele aqui sem autorização, mas eu aposto que ele ia gostar de ver isso num blog, porque ele era vaidoso pra caralho.

enfim,


Não sou mais ateu

por André Costa
Nesta quarta-feira chuvosa fiz uma grande descoberta na minha vida. Deus existe. 
Os religiosos dizem que uma das formas mais gloriosas de perceber a existência de Deus é através das coisas simples, tais como: o sorriso de uma criança ou de um velhinho. Pois é, fui seguir o conselho deles, saí por aí em busca de Deus nos dentes de velhinhos e crianças e o resultado foi que quase me tornei ateu, já estava até escrevendo deus com letra minúsculas.

Pois bem hoje tive uma experiência mística daquelas que marcam toda uma existência. A grande revelação foi consequência do dilúvio que está caindo aí fora. A chuva somada com o fechamento do Rebouças me fez levar duas horas pra chegar no trabalho, quando levo monótonos vinte minutos para percorrer este trajeto em um dia normal. Como não tinha nada de melhor para fazer, acabei aproveitando para corrigir provas, tarefa esta incrivelmente mais irritante e angustiante do que o pior dos engarrafamentos. Afirmo isto porque em um engarrafamento ao menos se anda para a frente, na correção de provas, testes e trabalhos, quanto mais você corrige mais você pensa em abandonar tudo e correr para a praia, nem precisa tanto, serve até brincar no escorrega do
play. No meu leito de morte me dedicarei a recordar dos momentos gloriosos da minha trajetória, e não dos mais desastrosos, como ter votado no Lula em seu primeiro mandato, ou ter gasto horas e minutos imprescindíveis em correção de provas. 

Neste momento da narrativa preciso fazer um intervalo, é necessário fazer um esclarecimento fundamental para a compreensão da minha reveladora experiência espiritual. Detesto trabalhar, sempre que possível não trabalho, nos finais de semana ou feriados deixo o pensamento de trabalho enterrado nas áreas mais obscuras da inconsciência, trabalhar é uma necessidade desagradável, algo fundamental, porém desagradável, suarento, dolorido, rotineiro, fedorento, feio, sonolento, amargo e pegajoso. 

Enfim, trabalhar é um mal necessário, porque é através dele que sustento a minha vagabundagem, e graças à chuva e ao Rebouças trabalhei menos pela manhã - porque me atrasei - e não precisei trabalhar a tarde - porque a escola ficou inundada.
Como bom amante do ócio que sou voltei para casa rapidinho assisti a um DVD devidamente deitado na minha cama aguardando pacientemente pela chegada do sono.

Enquanto a sonolência lentamente tomava conta de mim percebi que a chance de um toró como esse ter caído justamente no dia de obras no Rebouças era muito remota, e que mais remota ainda se torna quando acrescento uma escola em que trabalho sendo inundada, foi aí que percebi: Deus existe e vela por mim.

Decidi retomar os meus rituais de adoração através de uma tarde entorpecida pelo sono. 

Foi assim que reverenciei Deus hoje, através da narcolepsia.

Alguns procuram por Deus nas pequenas coisas, na minha opinião é melhor encontrá-lo nas grandes.