sábado, 28 de agosto de 2010

Sozinho sem solidão

Já há algum tempo, ando sozinho.

Outro dia minha mãe colocou sua mão nas minhas costas e disse que eu já sou adulto. Caminho com minhas próprias pernas, diria meu pai.

É necessariamente terrível pensar isso. Mas é necessário, necessário é pensar que você não terá outras oportunidades pra ser levado na escola, aonde a única coisa a se preocupar seria em comprar a ficha da lanchonete antes do recreio pra não ter que pegar fila na hora.

Por isso, ando sozinho. Me levo ao cinema; me carrego em meus próprios braços até a praia, para me bronzear e ler um livro. Acompanho-me em corridas; me pago uma bebida quando preciso me hidratar (ainda que não trabalhe para conseguir o dinheiro).

Faço todas as atividades sozinho. E gosto.

Demorei para compreender o que não é solidão. Aprendi a exercer e desenvolver a minha individualidade sem dar atenção aos zumbidos dos insetos que povoam a mata a qual caminho. Vi e consegui enxergar mais de perto minha real essência, e vivi que relacionamentos são por vezes pintados com um punhado de incerteza, e na medida que eu não poderia deixar ir embora por estar olhando pra trás, eu mesmo não poderia caminhar em frente estando de costas para o futuro. Ás vezes tudo que você precisa é de um chute na cara da Vida pra voltar a ver o que é realmente importante, e quando você tenha alguns dentes quebrados vai poder contar com quem se importa com você.

Só tenha certeza que alguém se importe com você, e que não seja só uma pessoa: pois os relacionamentos são por vezes, pintados com punhados de incerteza.

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